[RESENHA]: O Trio - Alane S. A. Brito

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim

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Hoje irei resenhar um livro muito lindo e com uma mensagem muito marcante. Além disso, O Trio foi escrito por Alane S. A. Brito, escritora que nasceu e mora aqui no meu estado, a Bahia. Muito legal ler obras de escritores que compartilham o mesmo gene baiano que o meu. Além do carinho por ser uma obra nacional, é uma produção do meu estado lindo, por isso, chega de papo e orgulho baiano e confiram a resenha!


Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Meus oito anos - Casimiro de Abreu

O Trio narra a trajetória de vida dos três amigos inseparáveis, Davi Guerrato, Nelson Beltrame e Jordan Merkel na vila de Valentino Duarte em Goiás, em meados de 1930 até 1956. Nessa vila, eles constroem fortes laços de amizade que extrapolam os limites impostos por outros, aprendem a conviver com a rejeição, criam laços afetivos, brincam, tornam-se homens e presenciam terríveis experiências. Além disso, cultuam o perdão. 

Valentino Duarte têm um modo de vida particular, baseado no cooperativismo. Todos plantam, todos colhem e a produção é para o bem comum. As crianças estudam, os homens trabalham na "labuta" diária da roça e as mulheres são incumbidas do trabalho doméstico; Convivendo bem com o pouco e valorizando tudo que tiram da terra é um dos lemas da pequena vila. 

Davi, Nelson e Jordan sempre foram muito grudados. Desde que nasceram o laço de amizade firmado por eles e escrito por Deus foi muito forte e verdadeiro. Juntos, eles descobriam maneiras de se divertir e levar a vida naquela vila. Certo dia, pertences pessoais começam a desaparecer das casas e surgem embaixo da cama de Jordan. Todos passam a culpá-lo por isso e a ignorá-lo, desprezá-lo e rejeitá-lo! No entanto, o menino sempre se manteve firme e austero alegando sua inocência.
Davi, Nelson e Jordan
Com o tempo, outros fatos passaram a acontecer e cada vez com maior gravidade e sempre que esses fatos aconteciam, Jordan estava por perto e cada vez mais, tinha sua imagem associada aos desastres. Ninguém procurava investigar e saber se ele era o culpado. Ele passou a ser o bode-expiatório da vila. Se precisassem de um culpado? Esse seria ele! O primeiro e único a ser acusado. 
A autora nos deixou de cabelo em pé e eu questionei a inocência dele, várias vezes, já que ele estava sempre presente quando ocorria os desastres. Culpado ou inocente? Eis a questão! 
Poderia ser acusado inocentemente, mas sempre estava no lugar errado na hora errada o que aumentava as suspeitas, ou seja, inocente ou não, era muito azarado. risos

Esses fatos, somados a desconfiança e a pressão coletiva em culpá-lo, fazem com que até seus amigos fiquem inseguros e desconfiados do melhor amigo. Eu fiquei chateado com essa atitude de Davi e Nelson e cheguei a xingá-los de falsos, traidores etc. Porém, xingá-los seria muito hipocrisia, afinal de contas, todos tinham motivos para desconfiar apesar de não existir provas concretas!

Davi contando sua história ao garoto desconhecido.
O trio de amigos vive altos e baixos mas não conseguem viver distantes uns dos outros. Tanto é que Jordan propõe em 1946, quando estavam com 18 anos, que dali a 10 anos eles iriam se reunir e se encontrar na beira do rio onde aprontavam algumas brincadeiras, levando algo que representasse a amizade deles. E o livro inicia justamente nesse momento, quando Davi retorna à vila e encontra um garoto, ao qual passa a contar a história de sua vida em Valentino Duarte.

A autora usou um recurso muito interessante para compor a narrativa e as experiências terríveis que os cidadãos da vila passaram. No início, ela cita um fato que julgamos sem importância, no entanto quando prosseguimos a leitura vimos como aquele fato foi importante e decisivo para a construção da estória. 

A Alane criou uma história linda e emocionante sobre o poder da amizade verdadeira, os primeiros amores, a superação, as dificuldades e as felicidades singelas da vida. Ela mostrou como é bom ter o amparo de um amigo verdadeiro, sem ilustrar a narrativa com felicidade exacerbada. Ela foi cautelosa e intensa e em muitos momentos eu senti um clima nostálgico das brincadeiras de infância da minha cidade de interior.
"Nada acontece em vão realmente. Sofrimentos, alegrias, decepções, tudo tem um sentido, e cabe a nós tentar compreender o que está nos ensinando. Não adianta querer apressar o desfecho de nada, pois, sem dúvida, tudo acontece quando tem que acontecer." p.510
O livro tem uma abordagem muito madura e digna de pessoas com um coração puro e caridoso, ao passo em que toca no tema de perdoar. Saber dar o perdão e perdoar os seus opressores. Sabemos que por mais difícil que seja, a plenitude que nos acomete após darmos ou recebermos o perdão é um sentimento nobre.
Reflexivo e emocionante, a Alane conseguiu ganhar minha admiração nessa estória tão viva.
"Quando guardamos o perdão, ele nos corrói lentamente. Acho que por essa razão, ele foi criado para ser dado." p.508
O livro tem uns desenhos de algumas cenas e o trabalho da editora em manter os desenhos tão impecáveis ficou lindo.
Recomendo a leitura para todas as pessoas que gostariam de embarcar na vida de um trio de amigos, livrando-se de conceitos pré-concebidos e que estejam dispostos a aprender perdoar ou pedir perdão.

Eu encerrei a leitura e continuo refletindo sobre a magnitude dos fatos e das ideias da Alane. Avaliei o livro com 5 estrelas :)

Aproveito para informá-los, que a Alane está lançando um novo livro, pela editora Literata, em breve. Para conhecer mais sobre o título, clique na imagem ao lado!

Espero que tenham gostado da resenha!

14 comentários:

  1. Olá Adriano!
    Amei a sua resenha sobre o livro, realmente parece ser muito bom! E eu adoraria embarcar nessa história desse trio de amigo. E com certeza os desenhos devem dá outro ar a história! Amei o livro!

    Beijos!

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  2. Oi Dri... tudo bem???
    Como sempre suas resenhas são reflexivas e totalmente apaixonantes... gosto de sua maneira de expor o que pensa sobre a narrativa dos livros que lê.... Mas esse livro em si mesmo com todo o seu significado não me chamou atenção... sei que acharia ele meio cansativo apesar da premissa e do ponto forte citado que é a amizade... Porém eu já tinha ouvido falar do livro O que me disseram as flores... e achei interessante... Xero!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  3. VIVA A BAHIA!! Amei a resenha, só de lê-la já fiquei nostálgica, apesar da minha infância não ter sido há tanto tempo! kkk Parece uma doce história, daquelas que te fazem refletir sem tem forçar a isso. Estou com muito orgulho da literatura nacional
    Beijos

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  4. OOoiii
    Eu sempre adoro historias de amigos e esse livro parece ser ótimo e eu como uma boa goianinha não podia deixar de ficar feliz afinal a autora lembrou de Goias <3
    Este livro é daqueles que nos fazem refletir sobre vida...

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  5. Oi Adriano,
    Gostei bastante da sua resenha sobre o livro.Apesar de não ler muitos livros nacionais esse me parece ser bem bacana pois a autora aborda temas como infância e amizade.Adriano,parabéns por sempre incentivar a nossa literatura aqui no blog.
    Abraços!

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  6. Olá Adriano...Por Isso acho sempre bacana a gente seguir blogs literários, pois temos a oportunidade de conhecer livros e autores novos, e com certeza apesar de ser a primeira resenha que leio sobre o livro, com certeza me despertou bastante o interesse por realmente parece ser uma leitura com um tema muito belo a amizade e suas superações! Dica anotada!!

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  7. Ola!
    Amei essa resenha,não sou de ler livros nacionais mais esse parece ser bem diferenre.E esse tema abordado faz com que o livro fique mais interessante,principalmente na parte que todos desconfiam do Jason.Mesmo desconfiados dele os outros não dão as costas para ele.Parece ser muito bonito.

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  8. O livro parece ser uma leitura muito boa, mas prefiro livros com um pouco mais de ação e surpresas em seu desenrolar.
    Mas sua resenha está muito bem escrita e a forma como vc expressa o que achou do livro é muito legal, tornando o livro mais significativo. Talvez eu procure o livro para ler por curiosidade.

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  9. Amei sua resenha, Adriano!!! Como te disse antes, você tocou em pontos novos e isso é muito bom! Obrigada por suas palavras, fico muito feliz que tenha gostado do meu livro dessa maneira!!
    Beijos!!

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  10. Olha só! rs
    Gosto muito de literatura nacional. Ganhei o "Sinceramente Ana" da Marina Carvalho a uns meses atrás, gostei demais da conta! Acho que seria bastante interessante nós brasileiros passarmos a ler mais e admirar mais os nossos escritores, da nossa terrinha mesmo, hihi :333
    Gostei tbm porque tem Goiás no meio kkkkk sou daqui, só não dessa cidade aí u_u Gostei da capa, achei criativa, e adorei isso dos desenhos *-* deve ser algo que dá ainda mais gosto pra leitura, e podemos colocar as crianças para lerem rsrs
    Beijos! :33

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  11. Quando olhei a capa não daria nada por este livro, mas ao ler a resenha gostei muitoo!
    Sem falar que é brasileiro <3
    Bjs
    Anny

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  12. Olhando essa capa, pensei que se tratava de uma história que abordasse os problemas do sertão nordestino, mas, para minha surpresa, é sobre a história da amizade de três garotos/homens. Gostei de saber disso. Me parece que é uma trama simples, mas cheia de sentimentos, aprendizados e reflexões. Apesar de não ser muito o meu estilo, às vezes me jogo em leituras como essas.

    @_Dom_Dom

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  13. Oi, Adriano!
    Quando comecei a ler a resenha achei que seria um livro que falasse de uma vila como a de Antônio Conselheiro, mas vi que esse não é o foco da história.
    Adoro bons livros com boas histórias de amizade, e é o que esse parece ser. Parece ser uma leitura bem tranquila e agradável, a autora está de parabéns ^^

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  14. Oi, Adriano
    esse livro se assemelha àqueles que a protagonista geralmente mais idosa senta ao pé da lareira e conta para seus netos algo que os fascine.
    Achei incrível a perseguição com Jordan e parece ser uma lição de vida e a prova de que a verdadeira amizade perdura.

    Linda resenha. Maravilhosa resenha

    Abraços

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