[RESENHA]: BETA - Rachel Cohn

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim!! ( : 
SKOOB - Editora iD

Quem me conhece sabe que sou fã de livros distópicos ou obras que apresentam um possível futuro da humanidade. Por isso, quando soube que a Editora iD lançaria BETA, primeiro volume da série Annex, escrita pela Rachel Cohn (autora de Nick & Norah - uma noite de amor e música, adaptado para o cinema), não pensei duas vezes. Fui acometido por uma necessidade absurda de ler esse livro. 

Agora, depois de ter a leitura concluída ressalto que não me decepcionei com a narrativa. E já estou contando os dias para o lançamento da continuação Emergent, que tem data de lançamento para outubro de 2014 lá nos Estados Unidos, portanto, vou esperar um bom tempo pelas respostas e informações que me foram privadas pela autora. 

Como já os introduzi rapidamente na atmosfera de BETA na coluna Li até a página 100, vou agora tornar aquele início mais coerente. Num futuro distante e remoto, a humanidade vive dias calamitosos quando os níveis do oceano se elevam vigorosamente inundando e alagando várias cidades. Por conta dessa destruição, os recursos do planeta se tornam mais escassos e portanto, conflitos para obtenção de moradia, água e alimentos se tornam intensos e culminaram na Guerra das Águas.

Com o fim dessa guerra, a sociedade (como em toda distopia) se vê beirando o caos e os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez ficam mais pobres e (morrem!). Esse grupinho seleto de ricos são os únicos que possuem chances de sobreviver e decidem criar uma nova cidade, a Cidade de Bioma. Lembrando que esta foi construída no deserto e possui uma arquitetura e paisagismo futurista como pode ser imaginado no quote abaixo: 
"Instantaneamente, estamos na cobertura do Hotel Green Cactus, o hotel de luxo mais famoso da cidade de Bioma, construído para parecer um enorme cacto, com balcões parecidos com espinhos. [...] Estrelas brilham no céu noturno enquanto as torres em estilo de árvores complementam as estrelas com as próprias luzes piscantes cor de jade que coroam cada edifício. Além do distrito central de negócios, as avenidas se alongam até comunidades individuais, onde as estruturas domiciliares são modeladas biometricamente em cupinzeiros, formigueiros e colmeias, criando arte viva e habitável a partir de inspiração arrepiante-rastejante-maldita. Além das comunidades suburbanas, dunas piramidais dão uma aparência de fortaleza de areias desérticas circundando a cidade". p. 200
Feita essa descrição deslumbrante da beleza da CB (Cidade de Bioma), abordo o foco do livro. Os cientistas e poderosos magnatas políticos com valores estratosféricos na conta bancária, procuram criar o paraíso da perfeição para diversão dos humanos que possuíam poder para usufruir disso. Nesse momento, surge Demesne, uma ilha paradisíaca e perfeita. Lá, o ar é modificado para ser sempre agradável, as águas do mar de Io são violetas e relaxantes. Não há poluição, não há roubos, não há assassinatos. Toda a perfeição aparente do mundo se concentra nesse local.

Os poderosos viventes de Demesne concluem que num local tão maravilhoso e único como aquele, os humanos não poderiam trabalhar. Eles deveriam apenas aproveitar os prazeres da ilha, ou seja, não eram dignos de sujar suas mãos com os trabalhos e por isso, os cientistas entram em ação e criam os inovadores Clones.
Escravos sem alma e sem sentimento, criados a partir de matrizes humanas que conservam a idade, a estatura e a força mas não possuem memórias ou desejos. Em outras palavras, fazem uma "mágica" e transformam o humano num clone que não foi feito para sentir, apenas para servir. Os clones são os subservientes perfeitos, haja vista que não poderiam reivindicar direitos, afinal de contas, eles não têm alma ou sentimentos. 
"... muitos são capturados por piratas e mortos, sendo então vendidos à Dra. Lusardi. Foi assim que eu vim a existir? Porque minha Matriz foi assassinada e seu corpo duplicado, mas a sua alma extraída para que uma família em Demesne pudesse ter um brinquedo? Os humanos criam vida, e sem sentido, causam a morte. Para nada." p.163
Nós acompanhamos a clone BETA, Elysia. Uma adolescente que ainda se mantém em fase de testes. Um objeto/brinquedo para satisfazer os desejos mesquinhos dos humanos. Cada clone recebe uma tatuagem que designa qual "casta" irá ocupar, ou seja, qual função irá desempenhar. A Elysia recebe a tatuagem de flor-de-lis na têmpora direita que mostra a todos o fato dela ser um clone criado para servir e apenas para isso. 

No entanto, Elysia possui aquele diferencial típico de todo protagonista. Teoricamente, um clone não deve ter memórias de sua matriz, ou seja, emerge sem conhecer nada e sem experiências, tendo tudo que precisa num banco de dados implantado em seu corpo, porém Elysia apresenta alguns flahs de memória enquanto mergulha (outra característica absorvida da matriz). Ela também sente gosto e apesar de não entender  o porquê, obedece todas as ordens dirigidas a ela com a intenção de satisfazer os humanos mas no fundo, ela não se sente no dever de fazer aquilo. Ou seja, faz porque quer agradar mas não porque se vê obrigada. Por ser um modelo BETA, Elysia apresenta alguns defeitos que procura ocultar para sobreviver porque os clones defeituosos são extintos.

Entende-se por clone defeituoso, aquele que desperta de sua lavagem cerebral e passa a desenvolver gosto, sentimentos, toma atitudes por conta própria e tenta livrar-se da escravidão através da Insurreição e do desejo de se emancipar. No entanto, em BETA, todos os planos de insurreição ficam na teoria e eu espero ver o desenrolar disso, na continuação do livro.


A sociedade de Demesne é terrivelmente fútil e superficial. Homens poderosos casados com madames "peruas" e "falsas" que omitem todos os defeitos e podridão do interior familiar e que possuem filhos detestáveis, mimados. Ou seja, playboys e patricinhas são os jovens desse livro. O que eu percebi das pessoas em Demesne é a necessidade de provar aos outros que é perfeito, que pode comprar tudo que está na moda. Isso nos mostra um fenômeno bem atual: exaltar uma estampa perfeita quando o interior está podre e desgastado. Senti que a autora quis enfatizar sua crítica nesse setor e conseguiu.

Elysia, logo que emerge, é vendida para uma família importante da ilha. Ela foi comprada com a intenção de substituir o vazio de Astrid, filha do casal, que diferentemente de todos na ilha tem anseios por sair da ilha e ir para o continente fazer faculdade. Astrid não aparece em BETA, mas é muito falada. A mãe é a típica "perua" que compra um clone para mostrar as amigas que ela foi a pioneira nisso. O pai é o Governador e administra a ilha. O filho Ivan é um playboy sem limites, drogado e com anseios de ir para a Base Militar e a Liesel, criança atormentada por pesadelos.
Sinto que a perfeição passou longe dessa família, sim ou claro? 

Durante a narrativa, sentimos que a Elysia vai amadurecendo e vai perdendo a alienação massiva. Ela passa a se inconformar e não aceita esse tratamento ridículo e abusivo. 
"Antes passei pelo processo de ser o o animal de estimação BETA da Casa do Governador, pois nunca me ocorreu que tinha outras opções. Emergi e fazia o que me mandavam, pois não tinha razão alguma para não fazer, nenhum entendimento de que existiam outras possibilidades para mim. Agora, continuarei a ser seu animal de estimação BETA - não tenho escolha -, mas com a diferença de que estou planejando algo". p.247
Penso que essa escravidão abordada pela Rachel Cohn, é algo muito palpável. No tocante as inovações tecnológicas e as pesquisas médicas, acredito que num futuro onde nossos descendentes não estiverem mais aqui, será possível sim, encontrar clones ou mesmo robôs sendo escravizados. A humanidade se mostra mais nojenta e perdida a cada dia. O dinheiro virou "deus", infelizmente, e a escravidão não é um fenômeno erradicado. 
O teor crítico do livro é muito presente. BETA é o típico livro que nos deixa deslumbrados e perturbados com o belo e o horrível de uma sociedade decadente como esta. No entanto, existem partes que a ideia da autora é superficial demais, como se ela quisesse tocar no tema sem deixar marcas. Em outros momentos, ela correu com a narrativa e ficou absurdamente superficial (talvez tenha sido a intenção, mostrar a superficialidade dessa sociedade, ou não). 

A Rachel Cohn compôs uma sociedade e um ambiente inóspito e inimaginável; Em alguns momentos seguimos por um caminho surpreendente com informações relevantes e reveladoras, mas em outros o caminho se finda na previsibilidade de uma narrativa comum. É uma distopia maravilhosa sim, eu me surpreendi e gostei demais do livro. No entanto, não é a melhor distopia do mundo ou aquela com surpresas e situações inesquecíveis. 

Os personagens do livro não são muito aprofundados, por exceção da Elysia, que narra a estória e por isso, tem maior importância do livro. O livro trata de alguns temas delicados e importantes para a construção de uma narrativa crítica como a inconsequência da juventude e do uso abusivo de drogas, o avanço da ciência e suas implicações no tocante à ética e moral médicas e os direitos humanos, além claro, de evidenciar as desigualdades sociais e a estratificação social.

Como já mencionei em outro post, a Elysia é um clone safadinho e que suspira ao ver músculos masculinos e barrigas saradas e em muitos momentos, ela tem umas falas desnecessárias na qual, eu me senti uma "mulherzinha" tendo de ouvir outra mulher comentando de músculos e de suas incertezas sobre a perda ou não da virgindade. Não sei qual a intenção da Rachel Cohn, mas acredito que tentou mostrar um lado "humano" e inerente a todos seres humanos, que é se sentir atraído por alguém ou apreciar a beleza de alguém. 

Há um triângulo amoroso no livro que prefiro nem abordar de tão insosso e clichê.
E a autora encerrou a narrativa com uma informação bombástica que faz você repensar tudo que sabia até o momento. O cliffhanger foi usado e vou sofrer mais de um ano até ler a continuação. 

Sobre a capa e a diagramação só tenho elogios. A Editora iD sempre arrasa nesses quesitos. Essa capa é linda e passa uma imagem bem fiel da Elysia do livro, com esse ar de distanciamento e olhar vítreo focado num ponto, expressando indiferença. As cores são bem trabalhadas, até no olhar fúcsia. Tem umas linhas verticais que me remete a algo tecnológico. Dentro do livro, o símbolo tatuado de flor-de-lis é bem usado para dar um charme diferencial e que faz jus a perfeição tão trabalhada no livro. 

Eu recomendo o livro para todos que gostem de distopia, livros jovens e de leitura ágil. Acredito que fãs da série Feios do Scott Westerfeld vão adorar essa série. Estou ansioso por Emergent, porque a dona Rachel Cohn me deve respostas! rs
AVALIAÇÃO GERAL:

Espero que tenham gostado! Agora, percebi que ficou bem grandinha mas o importante é que mencionei tudo que foi relevante pra mim e as emoções que senti ao ler o livro. Leiam e me conte o que achou!  

[TAG]: SKOOB

Oi, pessoal!
Tudo bem?! :)

Há pouco tempo, eu vi a TAG: #SKOOB, no blog Vamos Falar de Livros? administrado pela Rafaella. Gostei muito da tag, e apesar de não ter sido indicado, fiz questão de roubá-la e publicá-la aqui no GeraçãoLeitura.com
 Essa tag foi criada pela Samy do Livros com Resenhas
Ela consiste em responder algumas perguntas relacionadas a nosso perfil do Skoob. 

1. Quantos livros você tem na sua aba "Lido" do skoob?
Há 154 livros.

2. Qual livro você está lendo?
Estou lendo o livro Steampunk: POE e Atualidades Vestibular + Enem do Guia do Estudante!

3. Quantos livros tem na sua aba "Vou ler"?
Apesar de estar desatualizado têm 198 livros.

4. Você está relendo algum livro? Qual é?

No momento não, porém eu vou reler A Esperança antes que seja lançado nas telonas. Quero reler Aristóteles e Dante descobrem os Segredos do Universo também <3

5. Quantos livros você já abandonou? Quais são eles?

Eu não atualizo essa prateleira da minha do skoob. No entanto, já abandonei O Mundo de Sofia (¬.¬) e Navegação de Cabotagem do Jorge Amado (¬.¬)

6. Quantas resenhas você tem cadastrada no Skoob?

Tem 54 resenhas, mas preciso compartilhar as últimas publicadas aqui no blog, lá no Skoob.

7. Quantos livros avaliados você tem na sua lista?

Há 157 avaliados.

8. Na aba "Favoritos", quantos livros você tem registrado? Cite alguns.

9. Quantos livros você tem na aba "Tenho"?
Tenho poucos livros. Exatamente 249.

10. Quantos livros você tem no "Desejado"?

Infinitos.

11. Quantos livros emprestados no momento? Quais?

Tenho 5 livros emprestados. Minha prima linda e que cuida dos meus bebês levou: A Culpa é das Estrelas, Belle Époque (resenha aqui) e Se eu ficar (resenha aqui).
Uma vizinha está lendo Querido John, outra prima minha está com A menina que não sabia ler e minha amiga, está com meu exemplar de Sussurro.

12. Você quer trocar algum livro? Quais são?

Não tenho o costume de trocar, mas trocaria Navegação de Cabotagem, do Jorge Amado.

13. Na aba "Meta" quantos livros você tem marcados? Cumpriu essa meta? 

Eu uso a ferramenta "meta" para contar quais foram as minhas leituras do ano. Todos os livros que leio no ano são quantificados por lá. No momento há 40 livros, 38 já foram lidos e 2 são os que estou lendo.

14. Qual é o número do seu paginômetro?

Um número bem tímido: 46.390 páginas. Espero conseguir entrar nos 50k ainda esse ano.

15. Qual é o link do seu perfil no skoob?

~ perfil oficial de Adriano Gutemberg no skoob! Visitem minha estante, me adicionem, sigam e interajam =3

Por hoje é só, pessoal! Espero que tenham gostado.
Não irei indicar ninguém mas fiquem à vontade para fazer a tag. Peço que me avisem para eu conferir as suas respostas!! rs

[RESENHA]: a cor do leite - nell leyshonr

oi, pessoal, 
tudo bem? espero que sim.

Grupo Editorial Record - SKOOB
a resenha de hoje será escrita toda em letras minúsculas para se assemelhar ao livro resenhado: a cor do leite. o livro foi escrito por nell leyshon e publicado no brasil pelo grupo editorial record, através do selo bertrandbrasil. adquiri o livro após ter visto uma ação promocional da editora; eu fiz parte de outra ação e não recebi esse, mas a premissa me interessou tanto que acabei comprando o livro. 
a cor do leite é um relato impactante sobre a vida de uma jovem numa sociedade exploradora e machista. a protagonista e narradora escreve todo o livro usando letras minúsculas, mostrando que sua escrita e leitura é ainda limitada e restringe-se ao que ela necessita: apenas escrever sua história. 

o livro acompanha o relato da jovem mary. m.a.r.y. 
uma menina que escreve o livro com suas próprias mãos no ano do senhor de mil oitocentos e trinta e tem quinze anos. a menina sofre de um problema de nascença na perna e nasceu com os cabelos brancos como a cor do leite. seria ela albina? não temos certeza. 

mary é de uma família de fazendeiros que vive para o trabalho árduo. seu pai, frustrado por não ter tido filhos homens, desconta nas filhas toda sua sede de lucros. elas nasceram para o trabalho e devem se dedicar exclusivamente a isso. seja na horta, nos acres, na ordenha, na alimentação das galinhas. começavam a trabalhar com o nascer do sol e só descansavam com o fim do dia. essa família vive aos desígnios do patriarca, na figura autoritária que tem esse ar ditatorial. 

seu pai é aquele homem sem amor, sem carinho, que castiga física e psicologicamente as filhas, que impõe desmedida inferioridade em relação a esposa. só ele tem voz na família. ai de quem ousar contrariá-lo. ai de quem ousar ficar doente. ai de quem ousar descansar ou ficar sem fazer algum tipo de trabalho. a autora criou uma família cheia de ranhuras e que vive num estado subjugado de quase-animalidade. eles não têm instrução, não leem, não escrevem, não sabem as horas. de modo geral, vivem como os animais da propriedade.

devido a sua deficiência na perna, seu pai sempre criticou o trabalho de mary como insuficiente e por isso não pensa em fazer um negócio envolvendo a garota dos cabelos da cor do leite. ele negocia a posse da garota. contra sua vontade, ela deveria se mudar para a casa do pastor graham e cuidar da esposa enferma dele. mary nunca foi consultada se gostaria de ir ou o que gostaria de fazer. uma de suas funções é obedecer os caprichos do seu pai que se lucraria do trabalho da filha na casa da família graham. 

por um lado, essa mudança significaria para mary ficar longe do pai e fora do convívio dele, ou seja, sem ordens, sem gritos, agressões físicas intensas e constantes, mas por outro lado, significava o fim da vida na fazenda, com a ordenha matinal e do convívio com o avô deficiente físico. de modo geral, tudo era resultado da imposição daquilo sobre ela, ou seja, apesar de ser bem astuta e impulsiva, mary era obrigada a tudo, sem necessidade de questionamentos.

esse tempo de convívio na casa do pastor e de cuidados da sra. enferma foram muito importantes para possibilitar a mary, o conhecimento minimamente necessário para que ela pudesse contar toda sua história. desde que nasceu, até seus anos de sofrimento na fazenda do pai e das surpresas que a rotina na casa dos patrões lhe proporcionariam. essa vida miserável nos mostra uma realidade nua, crua e dura sobre a vida de uma garota simples, mas forte e decidida. 

nesse um ano no presbitério e casa do pastor, mary aprende ler e escrever, num processo lento e gradual que vai lhe custando traços da sua ingenuidade. mais uma vez, mary é posta como alguém sem decisões sobre a vida; alguém que não tem escolha a não ser, ceder aos interesses de seus opressores. mary tem pressa em nos narrar sua vida e as motivações que fizeram-na tomar tais atitudes.

a autora possui uma voz narrativa muito forte e com isso, cria uma identidade literária muito original. apesar de ser escrito por uma adulta, a impressão do leitor é que a narrativa é biográfica e realmente foi escrita por uma garota de conhecimento limitado e que era analfabeta até pouco tempo. você sente a necessidade de contar os fatos, sem se preocupar com regras estilísticas ou beleza de estrutura. 

o livro é dividido por estações, o que comprova a limitação do conhecimento da mary, que não sabe sobre meses, nem datas e horas. ela se adapta ao espaço de acordo seus conhecimentos de mundo. mary é uma personagem intensa, forte e ágil; que mostra a intensidade e eferverscência de seu relato. confesso que terminei a leitura e continuo a buscar certas conclusões sobre a obra. é uma leitura devastadora.

a autora usou um recurso de "nem sempre falar tudo que devia ser dito". ela deixa certas coisas pairando no ar e faz com que o leitor tire suas próprias conclusões. debati sobre fatos do livro com a minha amiga blogueira, Lizi, do blog O Maravilhoso Mundo da Leitura, uma vez que a autora não deixa claro se é aquilo de fato; ela nos deu essa liberdade de concluirmos como quisermos a trama. será que pensei correto sobre o desenrolar dos fatos? será que aquelas cenas tem referência a minha teoria? parece até discurso conspiratório ficar instigado a ter respostas.
intenso - forte - ágil - devastador - intrigante. 
de modo geral, eu recomendo a leitura para todos que gostem de relatos fortes e intensos; sobre o poder da autoridade e reflexos dela; a exploração do trabalho rural e as condições medíocres de vida de uma aldeia inglesa em meados do século XIX. 
AVALIAÇÃO GERAL: 

~ espero que tenham gostado da resenha! e não deixem de comentar, falando o que cada um achou sobre o livro e a resenha! ( :

[LANÇAMENTOS]: Companhia das Letras

Oi, pessoal, 
Tudo bem? Espero que sim :)

Quem acompanhou o blog nas últimas semanas viu que o blog foi aprovado, no processo de seleção e novos parceiros da Editora Companhia das Letras
Hoje, quero apresentar para vocês, os novos lançamentos da editora que já poderão ser encontrados nas melhores livrarias virtuais e físicas.



VOOS E SINOS E MISTERIOSOS DESTINOS - EMMA TREVAYNE

Nesta fábula moderna, com gosto das aventuras clássicas que encantam os jovens leitores há tantos anos, conhecemos a história de Jack Foster, um garoto de dez anos que, como qualquer um da sua idade, sonhava viver grandes aventuras. Ele morava em Londres mas estudava em um colégio interno, voltando para casa apenas nas férias, quando ficava completamente entediado.


Mas, um certo dia, Jack atravessa uma porta mágica e, do outro lado, encontra uma cidade ao mesmo tempo muito parecida e muito diferente daquela que conhecia. Em Londinium, apesar de reconhecer as ruas e prédios, ele encontra um cenário steampunk, com engrenagens e fuligem por todos os lados. Por ali era raro encontrar alguém que não tivesse nenhuma parte do corpo feita de metal. E era justamente isso que a Senhora - uma mulher rígida e temperamental que governava a cidade desde sempre - buscava: um filho de carne e osso.
Jack logo descobre que aquele lugar era extremamente perigoso, e que voltar para casa não seria tão fácil quanto tinha sido chegar até ali...

CORAÇÃO ARDENTE (LIVRO 4 - BLOODLINES) - RICHELLE MEAD.
 A alquimista Sydney Sage não é mais a mesma. Criada desde criança para desprezar os vampiros, ela acabou vencendo seus preconceitos em sua última missão. Aos poucos, a garota não só criou laços de amizade com esses seres como acabou se apaixonando por um deles - o irresistível Adrian Ivashkov - e, surpreendendo até a si mesma, decidiu levar o relacionamento proibido adiante, em segredo. Tudo se complica quando Zoe, sua irmã, se junta à missão. Apesar de querer resgatar a amizade entre elas, Sydney precisa guardar seu segredo enquanto tenta fazer com que a caçula perceba como as crenças alquimistas estão equivocadas. Enquanto isso, Adrian sofre com os fortes efeitos do espírito - um elemento mágico que, ao mesmo tempo em que lhe confere poderes, como curar as pessoas, pode levá-lo à loucura, através de alucinações e mudanças de humor extremas. Sydney é seu maior incentivo para abrir mão desses poderes e buscar uma saúde mental equilibrada, mas Adrian nem consegue imaginar como seria vê-la machucada e não poder fazer nada. Neste quarto volume da série Bloodlines, ele precisa escolher entre sua sanidade e a capacidade de ajudar a todos - especialmente aqueles que ama.

VOLUMES ANTERIORES:

NECROTÉRIO - PATRICIA CORNWELL

Patricia Cornwell é autoridade em livros de investigação forense. O décimo oitavo livro da série de Kay Scarpetta revela um passado secreto que volta para assombrar a protagonista. O ritmo alucinante de traição e tecnologia está presente nesta nova aventura. Conhecemos o início de sua carreira, quando Kay Scarpetta aceitou uma bolsa da Força Aérea para pagar pelos estudos na universidade. Agora, mais de vinte anos mais tarde, suas conexões militares secretas a trazem de volta para a base aérea Dover, onde esteve em um programa de treinamento. Como chefe do novo Centro Forense de Cambridge, em Massachusetts, Scarpetta enfrenta um caso que pode destruir sua reputação e tudo aquilo que lutou para conquistar pessoal e profissionalmente.


MINHA LISTA DE PRIORIDADES - DAVID MENASCHE


Aos 34 anos, David Menasche foi diagnosticado com câncer no cérebro. Seis anos depois, sofreu uma grave convulsão que tirou parte de sua visão, memória, mobilidade e - talvez a mais trágica de todas as perdas - sua capacidade de ensinar. Impossibilitado de continuar dando aulas, o professor decidiu interromper com os tratamentos recomendados pelos médicos e montou um plano audacioso: atravessar os Estados Unidos para contemplar o oceano Pacífico antes de perder totalmente a visão, usando o tempo que lhe restava para encontrar antigos alunos e perguntar a eles do que se lembravam do tempo em que passaram juntos. Ele havia sido importante? Tinha feito alguma diferença? Minha lista de prioridades é uma história real, ainda em construção. Um livro sobre pequenas epifanias, que se debruça com coragem sobre os temas mais complexos de nossa existência, nos fazendo refletir a cada página sobre o que realmente importa nesta vida.

AMERICANAH - CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE

Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que se destaca no meio acadêmico, ela se depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante.
Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.
* Romance vencedor do National Book Critics Circle Award, eleito um dos 10 melhores livros do ano pela NY Times Book Review. 

E aí, pessoal, o que acharam dos lançamentos? Eu quero ler Minha Lista de Prioridades e vocês, quais despertaram seu interesse? Comente :)

[RESENHA]: Fortaleza Negra - Kel Costa

Olá, pessoal, 
Tudo bem?! Espero que sim! 

Existem livros que nos encantam; outros nos ganham por inteiro, mas existe um pequeno grupo de livros capaz de arrebatar seus leitores de um modo tão grande que findar a leitura se torna penoso; falar sobre o livro, gera saudades; recomendar e escrever a resenha é mais difícil do que fazer Adriano olhar para um sapo. Sim, esses livros são os perfeitos e são eles que chamamos de <3 favoritos <3 

Imaginem um mundo onde a raça humana sabe da existência dos vampiros e convive "amigavelmente" com os seres da noite. Um mundo onde as instituições religiosas se extinguiram e o monopólio do poder mundial se concentra na mão de uma Corte Vampírica que habita uma inóspita região da antiga União Soviética. Imaginem um mundo onde seres mitológicos - minotauros e centauros - não aceitam serem subjugados pelos vampiros e por isso, atacam os humanos causando grandes catástrofes.
Esse é o mundo criado pela queen Kel Costa, autora de Fortaleza Negra. Livro de estreia da carioca que foi publicado pelo Grupo Editorial Pensamento, através do selo Jangada. 

O que dizer desse livro? Não consigo falar dele, só sei sentir. Senti várias e tumultuadas emoções. Mesmo doente e com febre eu não consegui largar do livro. E quando larguei para dormir, acabei sonhando com ele!! rs 
Eita, Giovana, o forninho caiu!! rs

Como dizem os virais da internet: "mil forninhos cairão a tua direita, dois mil cairão a tua esquerda mas tu não serás atingido porque você desce, sobe, empina e rebola". E a Kel Costa sambou, lacrou e brilhou nessa estreia literária. Minha resenha não ficou tão boa, aviso-lhes logo, porque quanto mais amo um livro mais escrevo uma resenha insossa sobre ele. Sad, but true story

A primeira aparição pública dos vampiros é datada de meados de 1985, em pleno vigor da Guerra Fria. Eles aparecem, mostram que são reais e não mitos. Com isso, mudam todo o curso da humanidade. Eles decidem instaurar um modo de governo no qual eles são líderes. Presidentes foram depostos e em cada canto do mundo, vampiros de confiança foram colocados para governar. Acima deles e de qualquer outro vampiro há a Realeza Vampírica, composta por cinco Mestres que obedecem uma ordem hierárquica de poder, autoridade e respeito.
Rufem os tambores, toquem as cornetas e curvem-se diante de seus mestres: Klaus, Nikolai, Mikhail, Nadia e Vladimir.

Esses Mestres criaram a Fortaleza Negra, um reduto exclusivo localizado na antiga União Soviética, com um moderno sistema de segurança e sigilo. Só entra na Fortaleza quem for convidado pelos Mestres e para isso, é necessário ter algo que lhes interesse. Nessas terras gélidas da Rússia é que prospera e vigora esse modo de governar o mundo. A Fortaleza é um local tão bem elaborado e construído pela Kel que eu consigo fantasiar e imaginar qualquer local de lá, suas ruas, túneis subterrâneos, lojas e a tão bela Morada dos Mestres.

Cabe salientar que os vampiros desse livro, obedecem aquela criação clássica. Eles são vampiros pálidos, que se queimam ao sol, se alimentam de sangue exclusivamente humano, nem sempre são criaturas amigáveis, ou seja, eles não são Cullens da vida. Já os Mestres são as criações mais perfeitas e imponentes do mundo; poderosos, arrogantes, monumentalmente lindos, fortes, ágeis, dominam os elementos da natureza, exigem respeito e tratamento de realeza, rígidos e calculistas, possuem o próprio código de conduta e de moral e exigem o cumprimento de uma série de protocolos de realeza. (ufa! Perfeitos, só que sim)

Por serem muito poderosos, os Mestres cultivaram alguns inimigos ao longo de seus milênios de vida e por isso, conseguiram uma rixa com os seres mitológicos - centauros e minotauros. Esses mitológicos não aceitam a supremacia vampírica e deixam uma série de mortes e tragédias para manchar o governo dos Mestres. 

A trama em si é focada na família Baker, constituída por Johnathan e Irina (os pais), Aleksandra (a protagonista) e Vitor (o ''Adotado'') que recebem a proposta de se mudarem para a Fortaleza Negra, uma vez que as pesquisas do patriarca são de interesse dos Mestres. Eles dão um giro de 360º e no início de 2013 estão de malas prontas, largando os EUA rumo a algum lugar nas planícies gélidas da Rússia. 
Sasha, para os íntimos ou Sashita, para os mais íntimos ainda, deixa sua melhor amiga com o receio de que ela morra pelos ataques cada vez mais frequentes dos mitológicos, no entanto, ela se encontra impotente nessa situação.

Nessa nova vida, Sasha e sua família vão se deparar com uma nova realidade e terão de se adaptar e se enquadras aos rígidos regulamentos e protocolos de realeza. A Sasha é aquela garota ruiva, um pouco v1d4 L0k4 que tem dificuldades em receber ordens sem contestá-las. Ela é muuuuito sarcástica e bem humorada e em várias partes vemos como ela consegue irritar os Mestres com sua falta de submissão. Ela questiona tudo e tem um ímã infalível para atrair problemas. Pensem numa menina com dificuldades para obedecer e cumprir ordens e agora multipliquem por três. Essa é a Aleksandra.

Logo, ela desperta o interesse do terceiro na hierarquia dos Mestres, o sombrio Mikhail (pronuncia-se Mirraíl). Esses dois têm muita química e em suas cenas, soltam faíscas e liberam uma tensão sexual inimaginável. Perceber um mestre milenar tentando conter seus instintos e se encantando por uma corajosa rebelde sem causa é tão apaixonante. Ao mesmo tempo em que ele consegue corresponder as expectativas da Sasha, ele a surpreende e não deixa de lado, sua carranca arrogante, impositiva, superior e típica de quem tem o mundo aos seus pés. 

Sasha percebe que sua mudança para a Fortaleza Negra trouxe também uma série de dúvidas e surpresas. Ela permanece deslumbrada pelo local, pelas novidades e pelas revelações. Ela se vê dividida entre uma vida trivial com seus novos e apaixonantes amigos, Lara e Kurt e uma vida misteriosa e perigosa se envolvendo com um Mestre. Fortaleza Negra é surpreendente em todas as suas páginas. 

A Kel conseguiu brincar com o presente e o passado, o real e o fictício de modo muito palpável. É possível sentir a veracidade em suas páginas e aferir como a estória poderia ser real. Suas cenas contribuem para isso, uma vez que ela retrata cenas normais da vida de qualquer adolescente, com os amigos, escola e família. Muitos poderiam julgar dispensáveis para a trama, mas essas cenas propiciam maior aprofundamento na trama e com isso, sentimos maior proximidade da ambientação.

De modo geral, o livro aborda essa guerra entre os Vampiros e os Mitológicos e como a raça humana corre perigo estando no meio desse embate de proporções épicas. Conhecemos muitos segredos sobre os Mestres e ficamos esperando pelas revelações de outros tantos. O personagem que eu mais gostei foi o Klaus, quero dizer, Mestre Klaus. Ele é o mais poderoso, é enigmático, esconde segredos, arrogante, prepotente e fará de tudo para manter seu poder monopolizado. Acredito que conheceremos mais dele nos próximos livros e eu não vejo a hora de saber quem é o personagem por trás da máscara de sério e malvado.

Quase chorei quando terminei a leitura por uma gama de motivos. Não queria que acabasse; a continuação vai demorar para lançar (previsões para maio/2015); as quatrocentas páginas acabaram rápido e hoje, estou me sentindo órfão. Como calo fofo (apelido carinhoso dos leitores da Kel) eu já sabia que amaria Fortaleza Negra, desde que fiz o post especial, lembram? Porém, não poderia imaginar que iria amar o livro nessas proporções gigantescas. 
Surpreendente - Meticuloso - Incrível - Perfeito - Apaixonante
A Editora Jangada fez um trabalho maravilhoso com diagramação. A capa é linda e ao final do livro, encontramos alguns desenhos perfeitos dos personagens. Além disso, como parceiro, eu ganhei um kit de divulgação do lançamento tão perfeito. <3
O livro é narrado em primeira pessoa pela Sasha, porém há capítulos narrados pelo Mikhail e até a voz narrativa torna-se diferente. Acreditam? A Kel Costa tem uma presença e domínio da trama muito incrível. A impressão é que os próprios personagens que conduziram a trama. Elogios não bastam e nem condizem com a grandiosidade do livro. 

Ao fim da resenha, você deve estar se perguntando:
Leitor pergunta: " - E aí, Adriano, você recomenda a leitura, afinal de contas?"
Adriano responde: "Com toda certeza do mundo que eu recomendo essa leitura. Vocês estão intimados a lerem Fortaleza Negra, correndo o risco de levar uma livrada na cara caso não o façam!! Não, isso não é uma ameaça. Afinal de contas, quem avisa amigo é. Sei que vocês irão amar o livro, portando, considerem isso como um incentivo!"

Sem sombra de dúvidas, Fortaleza Negra compete com Aristóteles e Dante descobrem os Segredos do Universo como uma das minhas melhores leituras, não só de 2014, mas de toda uma vida leitora. Recomendarei essa obra para meus amigos, inimigos, leitores, quem me odeia, minha avó, professores; qualquer pessoa em sã consciência. Desculpem-me pelo termo, mas Fortaleza Negra é foda! 
AVALIAÇÃO GERAL:
Espero que tenham gostado da resenha e do livro. Leiam e comentem, ok? <3
Beijos e Mordidas

[CURIOSIDADES]: Comparativo sobre a compreensão de quem lê livros eletrônicos e de papel

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim.

Primeiramente, gostaria de explicar o motivo do meu sumiço. A última postagem foi publicada no dia 16/09 e se resume na minha resenha de Se eu Ficar (não leu ainda? Está esperando o quê?), depois disso acabei apresentando sintomas de gripe alérgica e garganta inflamada, ou seja, essa carga de enfermidade demorou para ir embora, mas, graças a Deus, já estou melhorando. Obrigado pelos votos de "melhoras" e preocupação lá no SKOOB (sim, dois leitores foram perguntar o motivo da ausência de postagem).

Essa semana, eu me deparei com uma reportagem escrita pelo Reinaldo José Lopes, colaborador do jornal Folha de São Paulo que consistia na apresentação dos resultados encontrados num estudo que comparou a compreensão de quem lê livros eletrônicos e de papel. A matéria na íntegra, pode ser encontrada aqui, mas quis trazer o assunto para o blog para que possamos debater e discutir sobre o tema. 
Vamos ler a matéria....

"O hábito de ler em meios digitais ainda é minoritário –menos de 5% dos livros vendidos hoje no Brasil são e-books, enquanto o número nos EUA chega a 25% –, mas cada vez mais pessoas aderem aos livros eletrônicos. Faz alguma diferença, para o bem ou para o mal?
Comparações entre os dois tipos de leitura indicam um empate técnico.
Por um lado, é possível que ler uma narrativa num e-reader (aparelho projetado para a leitura digital) atrapalhe um pouco a percepção que a pessoa tem da estrutura da história, ainda que não interfira em outros aspectos. Por outro, a possibilidade de personalizar detalhes do texto parece ajudar quem tem dificuldades de ler no papel.
A ligeira desvantagem do leitor digital foi identificada num estudo liderado por Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, na Noruega.
Ela dividiu 50 estudantes em dois grupos –um tinha de ler a versão em papel de um conto da americana Elizabeth George, enquanto o outro lia o texto num e-reader Kindle. Depois, tinham de responder a perguntas sobre o conto.
A percepção sobre os personagens da narrativa, por exemplo, não variou de forma significativa entre os grupos, e  sobre objetos da história foi até melhor entre quem lia via e-reader, mas os usuários do Kindle sofreram mais para identificar a sequência correta de acontecimentos na trama.



Já a equipe de Matthew Schneps, do departamento de educação científica do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (EUA), trabalhou com mais de cem adolescentes com dislexia (dificuldade de leitura e escrita). A comparação foi entre ler em papel e em iPods Touch configurados para mostrar de duas a três palavras por linha em letras grandes.
O resultado: os adolescentes com mais dificuldade para captar o som das palavras, bem como os que tinham menos capacidade de atenção visual, tiveram melhora significativa na velocidade de leitura e na compreensão.
A possibilidade de personalizar os aparelhos é um dos trunfos dos e-readers, afirma Carla Viana Coscarelli, especialista em letramento digital da Faculdade de Letras da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
"Do ponto de vista da acessibilidade, isso é um achado. O mesmo vale para a conversão de texto para áudio no caso de leitores com deficiência visual", compara.
No entanto, no caso de leitores sem grandes dificuldades, ela aponta que não há diferença entre os meios. "O trabalho cognitivo de fazer inferências e perceber ideias implícitas é o mesmo", diz.

"A situação ainda é muito fluida, porque os dois tipos de leitura continuam misturados, e essa transição vai ser demorada", diz Ana Elisa Ribeiro, doutora em linguística aplicada e professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.
Uma das variáveis que influenciam os hábitos de leitura é a relação da pessoa com cada tipo de livro. E-readers e tablets têm tido impacto grande em quem lê textos acadêmicos –nesse caso, a tendência é trabalhar só com o formato eletrônico.
"Por outro lado, vi um estudo interessante com aqueles romances populares femininos, do tipo 'Júlia' e 'Sabrina'. Nesse caso, as pessoas tendem a comprar em papel uma grande quantidade de títulos, em especial os preferidos delas", diz Ana Elisa.
Também não parece haver diferença no tempo de leitura entre livros digitais e impressos, ou mesmo no nível de concentração.
"Mesmo que você esteja ouvindo música e lendo no tablet ao mesmo tempo, sua atenção só vai ter um único foco", exemplifica Ana Elisa.
'É uma faca de dois gumes. Outros aplicativos podem acabar tirando você do texto, mas você também pode usá-los para procurar uma palavra no dicionário, acessar vídeos ou blogs sobre o tema. A experiência de leitura não necessariamente fica mais dispersa –pode se tornar mais aprofundada'."

E aí, o que acharam desse comparativo? Como sempre digo e repito e vocês já estão cansados de ler eu dizendo isso: o importante é ler! Ler o que se gosta na ferramenta que lhe faz bem; seja ela, eletrônica, de madeira, papel ou papiro.
Como os especialistas confirmaram: em nível de compreensão dos textos, tanto os eletrônicos quanto os físicos encontram-se num empate técnico.

Eu, particularmente, leio tudo em livro físico e ainda não encontrei nenhum meio eletrônico que mudasse minha opinião. Porém, digo isso com o caráter subjetivo de liberdade de escolha. 
Mas agora, eu quero saber: E você aí, prefere ler o livro eletrônico ou em papel? Vamos conversar!! (: 

[RESENHA]: Se eu ficar - Gayle Forman

Olá, pessoal,
Tudo bem?! Espero que sim.

Deem play na música e após isso, leiam a resenha! Pode ser? Obrigado, de nada! :)
Recentemente, um livro tem ganhado espaço e literalmente, vem aparecendo em 9 a cada 10 blogs literários. Esse livro é Se eu ficar, escrito pela norte-americana Gayle Forman e relançado pela Editora Novo Conceito
SKOOB 
O livro tem passado por um intenso processo de marketing e divulgação e é uma das grandes apostas da editora. A obra, atualmente, é bem superestimada e por conta das altas expectativas dos leitores, vêm deixando alguns bastante decepcionados.

Se eu ficar aborda a vida da adolescente, Mia. Uma garota ingênua, meiga, uma mistura de patricinha com o estilo grunge, super-apegada a sua família perfeita e que possui a peculiaridade de ser apaixonada por música clássica. Isso posto, cabe salientar o talento de Mia na arte de tocar violoncelo, ou seja, uma menina solitária, musicista, com uma melhor amiga de nome Kim e muitos sonhos.

Mia, vem de uma família de músicos punk-rock e por conta disso, sente-se um pouco deslocada. No entanto, sua família sempre apoiou seu talento e aprecia a felicidade que a música clássica proporciona a garota. Além disso, Mia é uma menina que namora o guitarrista, Adam, de uma banda chamada Shooting Star. Apesar dessas diferenças entre eles, o amor impera na relação, seja o amor um pelo outro ou o amor pela música de modo geral.

Certo dia, de intensa nevasca no inverno de Oregon, Mia e sua família decidem fazer um passeio e enquanto dirigem são atingidos por um caminhão. Esse acidente resulta na morte de seu pai, de sua mãe e de seu irmão mais novo. Nesse momento, Mia vê-se confrontada com algo inédito; ela está fora de seu corpo. Ela consegue ver os corpos sem vida de sua família e todos os esforços dos médicos e para-médicos em salvá-la.

Confesso que essa cena do acidente foi descrita minuciosamente e causa certa agonia e pânico no leitor. Imaginar o que se passa na cabeça de uma adolescente ao ver tudo que tinha ser tirado dela com tamanha violência é desesperador. A autora mostra como a vida é efêmera e como caminhamos numa linha tênue entre a vida e a morte. Num momento está tudo bem, mas basta um segundo para que tudo desmorone. E às vezes, essa onda gigante leva tudo mas nos preserva para seguir em frente (ou tentar) e ressurgir diante dos escombros que a vida deixou. Percebemos que morrer é fácil e o difícil é viver.

Mia está num estado de coma induzido entre a vida e a morte. Sua alma permeia fora de seu corpo e ela consegue ver as tentativas de salvá-la. Consegue ver os demais familiares no hospital e as tentativas de sua amiga e de seu namorado em vê-la. Ela consegue enxergá-los e ver o sentimento de abalo que os acometeu, mas eles não a veem. Mia está mais sozinha do que nunca.

O livro se concentra na análise da vida de Mia. Cabe a ela e somente a ela, analisar e decidir se continuará vivendo ou se morrerá. Cabe a ela, a decisão de lutar pela vida ou desistir dela. As vezes, a morte não parece uma opção tão ruim quando tudo a sua volta desmorona e você não tem mais esperança para continuar vivendo. É nesse cenário de tristeza, luto e incertezas que Mia deve se decidir.
"Estou começando a entender agora. Quer dizer, não entendo exatamente tudo. Não funciona como se de alguma forma eu tivesse controle sobre meu corpo, e pudesse romper um vaso sanguíneo dentro de mim para fazê-lo começar a sangrar. Não é como se eu quisesse outra cirurgia. Mas Teddy se foi. Papai e mamãe também. Hoje de manhã, saí com minha família para um passeio de carro. E agora estou aqui, mais sozinha do que nunca. Tenho dezessete anos. As coisas não deveriam ter acontecido dessa forma. Não é isso que deveria ter acontecido com a minha vida." (p.136)
Conheci o livro Se eu ficar, através do trailer da adaptação cinematográfica lançada em 04 de setembro de 2014. O trailer me foi apresentado por minha amiga linda e blogueira talentosa Taty, do A Culpa é dos Leitores e ao assistir apenas o trailer, já derramei lágrimas. Coincidentemente, a Taty me presenteou com o livro e eu li rapidamente. Estava muito ansioso por conferir essa trama e mantinha as expectativas nas alturas. Imaginei que seria um livro para chorar do começo ao fim, porém não é. rs

Trailer oficial do filme: 

O livro é dividido entre o presente, no qual acompanhamos apenas o dia do acidente e a internação de Mia num leito de hospital e também, entre o passado, no qual acompanhamos uma série de lembranças da vida de Mia e de sua família, namoro, amizade e música. Essas lembranças não seguem uma ordem cronológica mas são importantes para conhecermos a vida da personagem e seu cotidiano. Vemos seus sonhos, suas aspirações, lembranças felizes, situações engraçadas e normais, ou seja, nos deparamos com a vida de Mia e principalmente, suas relações familiares.

Antes de ler o livro, vi umas resenhas falando que o livro é uma lição de vida. Infelizmente, eu tenho de discordar. Não encontrei traços que prove uma lição de vida tal qual ela é. Entendo que é uma narrativa ficcional sobre música, amor, família, perdas e luto. O legado do livro é mostrar como a vida é frágil e como as vezes somos confrontados com situações que exigem toda nossa força. Meu conceito de lição de vida se aplica aos heróis reais que seguem em frente e superam todas as suas adversidades, mas não a esse enredo.

Se eu ficar é narrado em primeira pessoa, ou seja, acompanhamos a trama na perspectiva da própria Mia. O livro tem continuação que será publicada em outubro e se chama Para onde ela foi. Nesse segundo livro, teremos a narração da estória pelo Adam. (Para ler a sinopse, clique sobre a imagem ao lado).

Cabe salientar a diagramação impecável da Novo Conceito. A capa do livro tem cenas do filme e o rosto da atriz queridinha do momento, Chloe Grace Moretz, que interpreta Mia, nos cinemas. O livro tem notas musicais nos cantos e não é dividido por capítulos, mas por cenas rápidas e curtas que misturam passado e presente. Encontrei alguns poucos erros ortográficos mas estes não comprometem o entendimento. Além disso, ao fim da leitura, encontramos um trechinho de Para onde ela foi e entrevistas com os atores Chloe Grace Moretz e Jamie Blackley, que interpreta Adam.

De modo geral, eu recomendo a leitura para apreciadores de drama, romance, música clássica, rock e o poder de seguir em frente quando tudo desmorona. O livro lida com perdas e o luto de modo singular. Leiam! E claro, agradeço a minha amiga Taty pelo mimo <3 Eu amei <3 
AVALIAÇÃO GERAL:

Espero que tenham gostado da resenha e comentem falando o que acharam do livro e da resenha! Saber o que vocês pensam é muito importante! rs

[ESPECIAL]: Vai fazer o quê?

Olá, pessoal, 
Tudo bem? Espero que sim!!

O Fantástico, programa da Rede Globo e que vai ao ar nas noites de domingo, possui um quadro com uma abordagem muito interessante, chamado: "Vai fazer o quê?" 
O quadro tem o objetivo de testar as reações das pessoas quando elas se deparam com situações polêmicas ou conflituosas. O quadro retornou recentemente para uma segunda temporada e eu simplesmente, amo. <3

Nos deparamos, acima de tudo, com a gentileza. Vemos brasileiros que são exemplos de respeito e generosidade. Através de situações ficcionais a ferramente confronta o sujeito e pede uma reação dele. Diante disso, você vai fazer o quê? Ficar parado ou agir? Se esquivar ou enfrentar? 

Para quem não acompanha, já houve quadros com as seguintes abordagens: agressões a idosos e mendigos, racismo, homofobia, brigas entre esposa e marido alcoolizado, mãe que humilhava a filha, filho rebelde que dava calundu em shopping, preconceito contra nordestinos. Nessa segunda temporada, o primeiro episódio foi destinado coletar reações dos transeuntes quando estes se deparavam com um animal sendo agredido oralmente e o segundo episódio falou sobre o dilema de um idoso que teve sua vaga preferencial usada por outra pessoa. 
O terceiro episódio foi um dos que mais me emocionou, acima de tudo, porque tocou sobre temas que são meus pontos fracos: crianças mal-tratadas, sozinhas e a busca delas pela leitura. O que lhes faltam em oportunidades, elas compensam em força de vontade. (salvo, as devidas exceções).

Assistam o desenrolar da trama e tirem suas próprias conclusões:
Não consegui incorporar o vídeo do G1 para o blog, portanto basta clicar na imagem que vocês serão redirecionados para o site.
Minha intenção com esse post é fazer um apelo: cultivem sempre a gentileza, meus caros. É uma prática de carinho mútuo. Quem recebe a gentileza se beneficia mas quem a realiza, torna-se nobre em caráter e atitudes. Na correria da rotina passamos com pressa e nem nos importamos com o próximo; viramos o rosto quando uma grávida entra no ônibus e fingimos dormir para não ceder o lugar para um idoso. 
Vamos repensar nossas atitudes e nos tornar pessoas melhores, porque o mundo gira e hoje quem ajuda, pode amanhã ser ajudado. 

Além disso, o vídeo deixou claro que ajudar esse garoto não envolvia necessariamente gastar dinheiro comprando um livro para ele. Muitos gastaram seu tempo lendo para ele e essa é a mágica: ler o livro é mais valioso que ter o livro. No vídeo, outros se preocuparam com a segurança da criança. Isso nos dignifica; nos humaniza. Sejam solidários e gentis, sempre e em todo lugar!
:) QUANDO VOCÊ SORRIR PARA A VIDA; ELA SORRIRÁ EM RETORNO :)
P.S.: leiam para as crianças; primos, filhos de amigos, filhos, irmãos, vizinhos, alunos. Vamos cultivar a gentileza e a leitura! Como blogueiros, temos a responsabilidade de incentivar a leitura! 

Espero que tenham gostado do post e vamos começar a semana em paz e semeando gentileza e muito carinho.

[ESPECIAL]: Concurso Cultural "Um futuro sem livros"

Oi, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim. 

Durante a Bienal, a Editora Biruta organizou um concurso cultural, intitulado: "Um futuro sem livros" exclusivamente para blogueiros. Os participantes deveriam escrever textos sobre sobre o tema e submetê-los a avaliação da editora. No final, haveria premiação para o texto ganhador. 
Eu não fui à Bienal, porém enviei meu texto por e-mail. Participei e 

... GANHEI!! \ô/

Abaixo vocês poderão ler mais um dos meus escritos. Garanto que o Pedro Alex e a Luiz Batista vão adorar o post já que ficam no skoob pedindo para eu publicar meus textos aqui. rs Aproveitem a oportunidade! ( :

Quarta-feira ensolarada, 09 de setembro de 2083 – relato nº 234*
Desde 2040 que não há mais livros impressos. Segundo vovó Eloise, um ditador que governava nosso país recolheu todas as obras de bibliotecas, livrarias e residências. Ele alegava que a leitura era perigosa. Por isso, queimou tudo num grande espetáculo e chamou a atenção sobre os castigos aplicados a quem fosse contra suas ordens. Ter um livro em casa vai contra as normas atuais. Confrontar o sistema e tentar adquirir livros no mercado negro é um caminho tortuoso e arriscado.
A derrubada de quaisquer espécimes vegetais se tornou crime e os infratores são condenados à morte. Já, a partir de 2062, todos os livros eletrônicos foram perdidos pela ação de um poderoso hacker. Nasci em 2067 e nunca aprendi a ler, afinal de contas, pra que saber ler se não há mais livros no mundo? Bem vindo a 2083, esse é o meu mundo. Um mundo onde não há livros e ler é opor-se ao sistema.
Vovó nunca falou comigo sobre o que ela lia e o porquê dela gostar tanto de desvendar aqueles códigos estranhos. Um dia ela desenhou uma frase na areia e a leu pra mim, mas antes que eu pudesse pedir explicações, ela apagou bruscamente com o pé. Um guarda estava vindo em nossa direção.
Em outro momento, perguntei a vovó como era o mundo antes de termos os livros erradicados. Ela me confessou que poderia viajar para qualquer lugar do mundo sem sair da sua poltrona. Imaginei que ela estava caducando, mas quando ela disse que podia imaginar reinos mágicos, fadas, dragões, centauros, bruxas, vampiros e alienígenas, eu tive certeza que o ditador fez certo em proibir os livros. Seria perigoso deixar essas “coisinhas” fazer uma lavagem cerebral na cabeça dos leitores.
Um dia antes de dormir, escutei minha avó rindo sozinha e conversando sobre uma batalha épica entre o bem e o mal. Olhei pelo buraco da fechadura e vi: vovó tinha um grande objeto aberto em seu colo, com páginas amareladas e símbolos amontoados. Ela se divertia com aquilo e eu fiquei curiosa em saber o motivo daquilo.
No outro dia, voltando do treinamento perguntei a vovó o motivo dela esconder o livro. Prometi segredo e ela me confessou: “aquele livro é a única lembrança que me resta de seu avô. Ele me presenteou com aquele exemplar logo que nos conhecemos. Lemos e relemos cada frase daquela estória por muitas noites em nossa vida. Eu e seu avô compartilhamos o gosto pela leitura por décadas, até que ele partiu antes de mim. Hoje, leio sozinha e em segredo, mas continuo partilhando meu amor com ele. O livro nesse tempo sem esperança é como o espírito santo: não podemos ver, não podemos tocar, mas sabemos que ele está sempre ali, em algum lugar bem escondido. O governo pode até nos tirar os livros, porém ele nunca tirará esse livro de mim”.
*O relato número 234 foi coletado pelo agente Moraes através do depoimento de uma jovem analfabeta e pobre de 16 anos.

Pessoal, espero que vocês tenham gostado! Fiquei muito feliz por ter ganhado e agora, por compartilhar um escrito meu com vocês! Digam o que acharam do post, Ok? Ok. 
Um bom sábado a todos e aproveitem o final de semana! <3
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