[RESENHA]: A Vida do Livreiro A.J. Fikry - Gabrielle Zevin

Olá, pessoal, 

Tudo bem?! Espero que sim. 

SKOOB - Editora Paralela 
Leia um trecho.

Por que vocês leem? Por que vocês gostam de ler? O que há de tão especial nesses blocos de papéis e textos impressos, chamados livros? Qual magia ronda uma livraria?  E os livreiros, responsáveis por nos vender os livros, são sinceros ao recomendar um exemplar ou só querem angariar lucros? A Vida do Livreiro A.J. Ficky nos embala com todas essas respostas e nos apresenta uma carta de amor aos livros. Embarcamos na leitura de um livro que fala sobre livros e o poder deles sobre nossas vidas. 

"Eu gosto de conversar sobre livros com pessoas que gostam  de conversar sobre livros".

A trama se concentra na vida de um livreiro ranzinza de nome complicado, que é dono da única livraria de Alice Island, uma pequena cidade isolada e que pouco valor confere aos livros. A.J. não teve uma vida feliz como nos comerciais de margarina; sua mulher morreu precocemente e com ela um pouco da graça de viver do sr. Fikry se foi. As vendas na livraria caem exponencialmente graças ao advento das livrarias online e livros eletrônicos. E como se não bastasse, seu bem mais precioso, uma edição rara e valiossíma de um livro de poesia escrito por Edgar Allan Poe é roubado de sua casa. 

Nessa vida amargurada, o livreiro A.J. Fikry veste-se numa carranca sôfrega e torna-se irritante, rabugento e ranzinza. Um homem na casa dos trinta vivendo sem esperanças e se desgastando, levando uma vida de gostos literários refinados e álcool; vendendo em sua livraria apenas o que ele gosta de ler. Esse é A.J., um clássico casmurro.

"Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo".

Eis que em mais um dia de solidão, A.J. se depara com um pacote inesperado no chão de sua livraria. Uma menina de nome Maya e 25 meses, brincava sozinha com os livros e se encantava pelas letras. Nesse momento, o livreiro se permitiu viver e quando ele sorriu para a vida, a vida lhe sorriu de volta. Maya representa toda a ingenuidade, graça e beleza da infância e traz uma nova chance de recomeçar. Considero a personagem da Maya como um divisor de águas, entre o antigo e o novo sr. Fikry.
P.S.: antes que ousem me crucificar, isso não foi um spoiler!

Como todo meio literário, A.J. se depara com representantes comerciais de editoras que trazem as apostas e lançamentos. Essa contextualização entre a vida real e ficcional, pessoal e profissional do personagem traz um novo gás a narrativa da Gabrielle Zevin. Além disso, conhecemos sessões de autógrafos, eventos literários, clubes de leitores, livros-provas, parcerias com blogs literários, ou seja, somos imersos numa abordagem editorial que encanta e fascina o leitor, principalmente os blogueiros e pessoas acostumadas com o meio editorial.

"Um lugar não é um lugar sem uma livraria".

Conhecemos a Amélia, que trabalha na Pterodactyl Press e apresenta livros na tentativa de agradar o refinado paladar literário do A.J. Num primeiro contato, os dois tem um catastrófico encontro mas logo vão se conhecendo e em determinado momento, tocam num livro meramente fictício chamado Desabrochar Tardio. A Amélia recomenda a leitura desse autor iniciante e o A.J. recusa insistentemente, porém depois de anos resolve ler e se encanta pela trama. O que dizer desses livros que só existem na ficção e fazem a gente querer lê-los? Lembrem-se de Uma Aflição Imperial de A Culpa é das Estrelas. 

A.J. compara algumas pessoas que visitam a livraria ou passam por sua vida com personagens de livros (exemplo: "ele seria um personagem coadjuvante de um romance policial"), com os próprios livros (exemplo: "se ela fosse um livro, não teria orelhas manchadas, nem vincos e lombada amassada") ou ainda cria uma sinopse para a possível vida da pessoa (exemplo: "quando ainda jovem se mudou, não podia imaginar quais surpresas ainda lhe esperariam").

TRADUÇÃO: "Você sabe tudo que precisa saber sobre uma pessoa
através da resposta da seguinte pergunta: 'Qual o seu
livro favorito?'"

A Vida do Livreiro A.J. Fikry é um romance leve e divertido, que narra a vida e transformação de um amante dos livros com o passar dos anos e sua segunda chance de aprender a viver e ser importante para alguém. Acompanhamos o crescimento de Maya e sua evolução com os livros. O livro tem um teor biográfico já que conhecemos toda a vida do personagem.

A Gabrielle escreve muito bem e suas cenas são tão tocantes e os diálogos tão bem construídos. É um livro para quem gosta de livros. Nunca antes um ditado popular esteve tão correto: "quantidade de páginas não define a grandiosidade de um livro". E é exatamente este o legado de A Vida do Livreiro A.J. Fikry, em menos de 200 páginas, a obra deixa muito livro de 400 páginas no chinelo. Esse é um dos livros mais incríveis que já li; tão meigo, perfeito, reflexivo e intrigante!

A Editora Paralela caprichou na diagramação e revisão. Capa lindíssima e em cada abertura de capítulo, temos um comentário escrito pelo A.J. sobre um conto ou um livro, no qual ele narra brevemente o livro/conto e deixa sua inferência tipicamente "fikryana", ou seja, ranzinza e ácido. Além disso, no fundo do livro, há opiniões sobre o livro escrito por livreiros do Brasil (muito fofo, isso).
Aguardando um livro como: A Vida do Blogueiro E.T. cétera para que eu deixe meu comentário no livro. risos. 

AVALIAÇÃO GERAL: 

Isso é tudo, pessoal! Espero que tenham gostado!! E não deixem de comentar!