[RESENHA]: A Invenção das Asas - Sue Monk Kidd

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim! :)

Hoje, trago para vocês, os leitores mais lindos do mundo, a resenha do livro A Invenção das Asas, escrito pela norte-americanada Sue Monk Kidd. O livro foi oferecido a mim pela Editora Paralela, como cortesia para leitura e resenha! 

SKOOB
Segundo Olavo Bilac, em seu poema parnasianista Profissão de Fé, o trabalho do poeta transcende a "inspiração" e almejando a excelência deve fazer uso da "transpiração". Isto posto, provo meu argumento de que certamente a Sue Monk Kidd transpirou muito para conseguir criar essa obra que beira a perfeição. Escrever um livro histórico, acima de tudo, faz o escritor virar aluno e com isso, torna seu dever de escrever mais complexo, ao passo em que, mesclar história (real) com a imaginação (fictício) não é abordagem fácil. 

Como deixei claro acima, o livro é histórico e aborda uma importante lacuna da formação sócio-cultural norte-americana: a escravidão. O livro aborda a influência de duas personalidades abolicionistas e feministas numa sociedade que julgava natural o ato de se escravizar outrem. Posteriormente, a autora toca noutra sistemática interessante: a igualdade de gêneros e evidencia traços que realçam o quão preconceituoso ainda é o mundo em que vivemos. 

A história inicia em novembro de 1803, quando Sarah Grimké (personalidade real) completava 11 anos. Nesse dia, a mocinha ruiva e desengonçada ganhou um presente: a escrava Hetty (personagem fictício), também chamada de Encrenca, para ser sua dama de companhia. Desde pequena, a sinhazinha já se recusava a possuir outro ser humano e por isso, logo cedo foi considerada a ovelha-negra da família. Impotente diante dos desmandos da família escravocrata eis que a moça aceita o presente e passa a desenvolver amizade e carinho pela escrava. 

Sarah nunca se enquadrou naquele modelo de sociedade. Ela não tolerava que a igreja e os ricos produtores rurais julgassem a escravidão como a vontade divina. Enquanto todos viam os escravos como objetos, ela os via como humanos, detentores de sentimentos e angústias; medos e alegrias. Pensando nisso, a menina transgride as normas quando decide ensinar Encrenca a ler. 

No livro, torna-se cada vez mais nítido que Sarah era uma moça diferente e que se inquietava com tudo aquilo mas era impossibilitada de fazer algo. Além disso, o livro aborda os castigos que a Sinhá aplicava aos escravos infratores e a forma como eles eram desrespeitados e invadidos pelos "educados brancos". Se achar no direito de possuir alguém, é na minha opinião uma das maiores provas da ignorância humana. Eu fui tocado pela narrativa da autora e em muitos momentos me peguei criticando todo aquele sistema.

Desde o começo os capítulos são intercalados, portanto conhecemos a visão dos fatos por Sarah (que por um lado, representa a elite e por outro os abolicionistas) e Encrenca (que representa o explorado e escravizado). A Sue representou no livro, todas as emoções e inquietações das meninas. Ainda com 11 anos uma delas ganha um ser humano e a outra já é escravizada sem nem ao menos saber o porquê do mundo ser assim. 

Os anos se passam, Sarah desenvolve maior criticidade e passa a sonhar com algo que não lhe assiste: ser juíza de direito. Até então, esse titulo só pertencia aos homens. E em pleno século XIX só convinham as mulheres, exercer tarefas femininas como bordado, pintura, música e esperar por um marido. Sarah nunca concordou com esse sistema.
Já Encrenca foi privada desde cedo de ter objetivos e ambições. Como se as asas que lhe permitissem voar fossem-lhe tiradas antes mesmo de zarpar voo. Algo que me admira em Encrenca é sua ironia e sarcasmo diante do que lhe incomoda. Ela brinca com as situações mais tensas.
Ela costumava dizer: "se você precisa errar, erre pela audácia". Ela foi audaciosa!
Sarah e Angelina Grimké
A autora abordou 35 anos da vida de Sarah e Encrenca, ou seja de 1803 até 1838. Nesse período, Sarah ganha mais uma irmã: Angelina Grimké. Nina, como é chamada, possui a mesma visão abolicionista e feminista de Sarah, no entanto possui um pouco mais de audácia e coragem que a irmã para colocar em prática suas crenças.

Juntas, Sarah e Nina serão duas das personalidades abolicionistas  mais importantes do século XIX. Aclamadas pela massa sofrida e odiadas pela elite burguesa as duas rodam os Estados Unidos procurando soldados para sua causa. Posteriormente, a causa ganha tantos adeptos que elas também dão voz ao sentimento de igualdade dos sexos e passam a defender o direito da mulher de estudar e de ser tratada socialmente tão capaz quanto um homem. 

O livro é incrível! 
Encrenca enfrentou a dor da perda, mas também descobriu seu talento e sua coragem. Sarah, por sua vez, encontra sua chance de mudar o mundo quando se junta à causa abolicionista, se tornando pioneira na luta pelos direitos do negro e das mulheres!
Em um romance envolvente, a autora de grande sucesso Sue Monk Kidd, conta uma história emocionante sobre o poder das asas da imaginação!

Espero que tenham gostado! =)

19 comentários:

  1. Meu deus, pela capa eu não tive vontade de ler, mas agora que li a resenha quero muito ler esse livro!
    Não sou muito achegada a livros de escravidão mas esse me chamou muito a atenção, sobre a luta de Sarah e Nina contra a escravidão.
    Bjs
    Anny

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  2. Adriano, sou sua fã.
    Nessa resenha você se superou mais uma vez.
    Abordando a vida de Sarah, de Nina e de Encrenca dessa maneira tão empolgante o livro deve ser muito intrigante! Estou em êxtase, porque apesar de não ser graduada em história sempre tive um fascínio por temas que marcaram a história mundial.
    A escravidão foi abordada de maneira muito crítica, se pude entender bem a resenha.
    E a menção a Olavo Bilac foi adorável!

    Linda resenha! Quero muito ler o livro de Sarah, a audaciosa e que lutou pelos direitos do negro e das mulheres numa sociedade machista.

    Um Beijo

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  3. Olá Adriano!!
    Admito que não sou muito chegado romances históricos, mas de alguma maneira a história deste livro me cativou. E fiquei muito curioso a saber tudo que elas passam. Não sou muito chegado a história. Mas fiquei disposto a descobrir mais sobre esse enredo!! Gostei bastante da sua resenha!!
    Abraços!!
    Misael
    http://devoradoresde-livros.blogspot.com.br/

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  4. Adriano, que resenha mais linda! Cativante, com certeza, como o livro. Eu nada sabia sobre A Invenção das Asas, mas acabo de adicioná-lo à minha enorme lista de leitura. Quero ter acesso a ele, no entanto, o quanto antes. Eu estou "precisada" de livros assim, que nos motivam a remar contra a maré da massa social e lutar pelo que acreditamos ser o justo para todos.
    Chega um momento que a vida parece nos desafiar, sabe? Ou nos acomodamos, ou a superamos. Eu espero fazer a diferença sempre que possível e ler sobre estes exemplos é muito importante para isso.
    Adorei!
    Beijos,

    http://myqueenside.blogspot.com.br/

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  5. oi Adriano,
    sou novo aqui no canal,conheci através de indicação.Adriano sua resenha está incrível,e que estória linda.Não sou muito chegado a romances históricos mais esse tem uma premissa bem bacana e acabou me chamando bastante atenção de ler sua resenha.Os personagens parecem ser bem construídos e essa trama tem tudo para ser um sucesso,sem falar nessa capa que particularmente achei muito bonita.
    Abços!

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  6. Esse livro deve ser perfeito demais!! Ele já está na minha lista de desejados desde o lançamento. A capa também tem tudo a ver! Parabéns pela resenha :)

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  7. Caramba, essa resenha foi boa demais! Confesso que não estava gostando muito e que o tema de escravidão e tudo o mais não faz meu estilo, mas esse parece ser um dos bons.
    Quem sabe não compro logo mais.
    Parabéns pela resenha.

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  8. Esse é um daqueles típicos: "Não julgue um livro pela capa". Adorei o enredo e fiquei mega curiosa para conhecer a história da Sarah e da Encrenca. Gosto bastante de ler sobra a história dos escravos e da Lei Áurea, então quando vi que esse livro se tratava desse tema fiquei bastante curiosa.
    Mas infelizmente não será um livro que poderei ler tão cedo quanto desejo.

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  9. Eu não sabia do que realmente esse livro se tratava... pousha, como fiquei na vontade de ler ele agora... ja entrou no top da minha wishlist... Gosto bastante de livros historicos e a sua resenha me despertou um intresse muito real em não só ler como ter o livro.

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  10. Adriano, a tua resenha está perfeita, não imaginava que esse livro fosse tudo isso. Não gosto muito de romances históricos, mas esse chamou bastante a minha atenção.
    Beijão

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  11. As ruivas vão dominar o mundo, pelo menos o literário kkk.
    Esses livros históricos são demais, nos faz entender a época sem precisar dos livros didáticos de História. Sua resenha esta demais.
    Abraços

    estantejovem.blogspot.com.br

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  12. Já tinha visto essa capa algumas vezes, mas não tinha muita curiosidade sobre a história... A sua resenha me fez ficar com muita vontade de ler e de conhecer um pouco da vida dessas mulheres que marcaram a história. Gostei da ideia da autora de misturar ficção e realidade!

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  13. Não conhecia esse livro, nem a autora, mas gostei bastante do que li aqui. Concordo com você em relação a dificuldade de se mesclar fatos reais com ficção. E, pelo jeito, a autora dominou isso do começo ao fim dessa bela história. Se tiver oportunidade, darei uma lida.

    @_Dom_Dom

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  14. Não me interessei em nada pelo livro, ele não chamou minha atenção em nada. Pode ser que com o passar do tempo eu vá me interessar, mas por enquanto não.

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  15. Adriano, que livro incível! Já tinha visto ele por aí, mas nunca tinha me chamado a atenção. Acho que por causa da capa e do título e do nome, nem imaginava do que se tratava. Adorei a ideia da autora de mesclar ficção com realidade e parece que ela fez isso de uma forma primorosa! Fiquei com muita vontade de conhecer mais sobre essas duas personalidades abolicionistas que fizeram história!!

    Beijos!!

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  16. Oi Dri...
    Nossa sua resenha foi maravilhosa querido amigo.... eu já tinha lido outras resenhas sobre ele... uma lição de vida e prova que naquela época tínhamos mulheres fortes e decididas mesmo com uma sociedade totalmente machista... Eu sempre falo pra minha mãe que se eu tivesse vivido naquela época iria fazer reviravoltas... detesto injustiça e não goste de ser condescendente a elas... Embora a premissa seja interessante a minha vontade pela leitura não foi desperta... fico sabendo um pouco da história pelas resenhas... Xero!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. ó eu sou um tipo de pessoa muito critica, mais confesso que estou melhorando.
    o mais importante de uma resenha é você citar a autoria e isso você foi incrível, colocar titulo e informar ao leitor do que se trata e você absurdamente faz isso com muita facilidade e dominio( Parabéns)
    a forma que você nos apresenta o texto é um diferencial nunca vi isso, acho que pode ser o pior ou o livro mais chato do mundo, suas resenhas mudam toda essa conotação..
    me sentir na história, mais uma vez Parabéns pela sua linda competência. Você vai Longe.
    oh quem sou eu para falar isso, mais Você escreve brilhantemente!
    ah quero sugerir uma resenha depois, o livro é mente brilhante.
    abração.

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  19. Adriano,
    Sua resenha me deixou tão interessado pelo livro que ao fim da leitura, só pude pensar: eu preciso desse livro.
    Acho magnífico essa remetida ao passado em construir algo ficcional com um pé na realidade. Essa busca por valorização as mulheres e respeito aos negros me instigou.
    Fiquei muito interessado.

    bela resenha

    abç

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